Apps usados na psicanálise viram polêmica
Nos EUA já é possível fazer terapia via apps no celular, sem a presença real de um terapeuta. Você considera essa opção viável?
Um aplicativo lançado em março, nos Estados Unidos, vem causando polêmica entre usuários e especialistas. Segundo os seus criadores, o Talkspace tem como proposta conectar pessoas que buscam atendimento terapêutico com profissionais renomados da psicanálise.
Utilizando-se do Whatsapp criptografado, a ferramenta permite que paciente e um dos terapeutas licenciados conversem via mensagens instantâneas, o que elimina várias etapas do processo tradicional. Basta baixar o aplicativo, escolher um nome de usuário e digitar a primeira pergunta. Pronto, começou a terapia.
Para profissionais da área aqui no Brasil, a nova plataforma é vista como uma ferramenta superficial. “O aplicativo pode até servir para uma situação emergencial, mas não pode ser encarado como uma terapia”, crítica o psicólogo humanista Eduardo Araújo.
Os criadores do aplicativo se defendem com a ideia da democratização do acesso ao tratamento. “É uma loucura que algumas pessoas ainda não tenham acesso à terapia hoje em dia”, defende Oren Frank, fundador da empresa juntamente com sua esposa, Roni Frank, em 2012. "Nossa visão foi transformar um produto que atende a apenas 1% da população em algo disponível para todos”, afirma Oren Frank.
Essa visão começou como plataforma baseada na web chamada Talktala, mas a empresa mudou seu nome para Talkspace. O aplicativo oferece ilimitada quantidade de textoterapia para adultos, com vários níveis de preços: os assinantes pagam 49 dólares para uma semana, 99 dólares por um mês, ou pouco mais de 620 dólares por um ano de terapia.
Por enquanto, o aplicativo só é compatível na versão iOS, o que é um enorme aspecto limitador de adesão por parte dos usuários, pelo menos aqui no Brasil.