Que a tecnologia está mudando a forma como as pessoas vivem é praticamente um consenso. Entretanto, você já pensou em quantos hábitos foram modificados em sua vida por conta do avanço tecnológico nas últimas duas décadas?
Fazer este exercício pode se tornar mais surpreendente do que imaginamos. Por isso, listamos 13 hábitos que a tecnologia simplesmente eliminou. Na maioria dos casos, o culpado é o smartphone, que tornou nossa vida mais simples e rápida, porém, menos romântica, e fez com que coisas normais antes pudessem parecer curiosas hoje em dia.
Há duas décadas, possuir uma linha telefônica era um luxo. Era tão caro que precisava ser declarado no Imposto de Renda e movia um mercado de compra e venda. Por isso, o uso dos telefones públicos, os chamados “orelhões”, era comum. Até filas se formavam. Com a privatização e o surgimento da telefonia celular, os “orelhões” caíram no abandono.
De aparelho muito útil para controlar o tempo nas tarefas diárias, a invenção menos badalada de Santos Dumont foi relegada a um simples acessório preponderantemente masculino. Com a grande presença dos smartphones no dia a dia, as pessoas podem consultar o horário a qualquer momento ou mesmo ser alertado sobre as tarefas. No entanto, o relógio de pulso pode renascer como mais um gadget na batalha entre fabricantes de celulares.
Com a popularização de mensagens instantâneas via e-mail, SMS, Whatsapp, Hangouts, Facebook e GTalk, as cartas perderam seu espaço. Atualmente, apenas casais mais apaixonados enviam cartas manuscritas com românticas declarações de amor. E até para esta finalidade, mensagens eletrônicas personalizadas podem se tornar grandes concorrentes.
Um clássico dos estádios de futebol era acompanhar a partida na arquibancada com o radinho de pilha. No entanto, o aparelho foi simplesmente extinto, vítima dos smartphones. A maioria dos smartphones já têm rádios FM, forçando a mudança do costume nos estádios. Os torcedores agora estão com seus fones de ouvidos conectados ao telefone.
Se perder durante uma viagem ou mesmo tentando chegar à casa de um amigo em um bairro desconhecido e precisar de serviço ou telefone e não saber onde encontrar eram situações bastante comuns. Para resolver esse problema, comprar os guias de cidade, as páginas amarelas e os mapas da cidade eram a solução óbvia. Porém, eles sucumbiram à concorrência do Google, Ask, Bing, Google Maps, Bing Maps, Foursquare e Kekanto. Hoje, basta procurar o endereço ou serviço do qual precisa no smartphone e receber localizações e caminhos para chegar ao objetivo.
Este é um clássico dos hábitos que morreram (para a nossa sorte). Em um tempo de TV analógica, valia de tudo para tentar assistir ao jogo de futebol, à novela das oito ou ao Cassino do Chacrinha. Após horas tentando mexer na TV sem sucesso, apelar para as esponjas de aço em cima da antena era o último recurso. Deslocar o produto da cozinha para a sala era uma prática tão comum quanto ridícula. E de eficiência duvidosa. Atualmente, a maioria das TV vem de fábrica com dispositivos para recepção de sinais em alta definição, a chamada HDTV. Para quem dispõe de mais recursos, a TV por assinatura se tornou a melhor opção.
Este é um hábito que muita gente ainda mantém, mas que é cada vez mais raro entre os jovens. Andar com um bloco ou agenda em punho para anotar compromissos e informações importantes de uma reunião de trabalho está com os dias contados. Aplicativos de notas em smartphones e tablets estão eliminando as folhas de papel da vida das pessoas.
Prever o final dos jornais impressos se tornou exercício dos futurólogos que não sabem prever uma data certeira. Mas a extinção é certa, segundo os especialistas. É cada vez menor o número de pessoas que mantém o velho hábito de acordar cedinho e buscar o jornal na banca. A tiragem dos jornais caiu 33% na Europa e 17% nos Estados Unidos entre 2006 e 2010 por conta da internet. O acesso à informação é muito mais simples e barato através de assinaturas de jornais em tablets e PCs e portais de notícias. Por isso, praticamente todos os grandes jornais já migraram para internet na tentativa de sobreviver na rede.
Saber de cor o número do telefone do trabalho e dos amigos era uma qualidade fundamental. Sem a possibilidade de recorrer à agenda do celular, não ter uma memória excelente significava que você não conseguiria falar com ninguém fora de casa. Por isso, muita gente andava com mini agendas telefônicas no bolso. Com mais telefones celulares que pessoas no Brasil, hoje ninguém mais cultiva este hábito tão comum entre as pessoas que viveram a era pré-telefonia celular.
Milhares de isqueiros acesos enquanto a banda ou cantor (a) executava aquela baladinha pegajosa era uma cena comum em shows. Hoje em dia isto é quadro do passado. As chamas do isqueiro foram substituídas pelas luzes dos celulares. Para os mais exibidos, existem aplicativos que simulam o “foguinho”, mas sem aquele romantismo. Vale lembrar que milhares de pessoas com isqueiros acesos ao mesmo tempo não era nada seguro.
Esperar alguns meses até a fita VHS daquele filme chegar à locadora era angustiante. Chegar à locadora e perceber que todas as cópias já haviam sido alugadas era frustrante. Depois de tanta espera, chegar em casa com o VHS debaixo do braço e precisar perder alguns minutos rebobinando a fita por conta do desleixo de outras pessoas era irritante. Agora, tudo isso faz parte de um passado remoto. Os cinéfilos hoje alugam filmes ou assinam serviços em streaming como iTunes ou Netflix.
Provavelmente, você só vai se lembrar de que este aparelho ainda existe quando quiser comprar um ingresso para o desfile das escolas de samba no Rio de Janeiro. É que a Liesa, entidade responsável por organizar os desfiles, exige o envio de uma mensagem via fax para efetuar a compra dos ingressos. O motivo é um mistério. Se você gosta de futebol, saiba que o fax é a prova do atraso dos dirigentes dos clubes. Afinal, a comunicação entre os clubes para confirmar a contratação de um jogador em geral é feito por fax. Talvez dirigentes de escolas de samba e de clubes de futebol ainda não saibam que um documento pode ser anexado à mensagem de e-mail.
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