“Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet” foi tema da redação do Enem 2018, que aconteceu no último sábado (4), em todos os estados do Brasil. Logo após o exame, diversos participantes buscaram as redes sociais para dividir seus pontos de vista e, em pouco tempo, uma avalanche de comentários relacionava o tema da redação à disseminação de fake news. Consultamos os especialistas do dfndr lab, laboratório de segurança digital da PSafe, para esclarecer por que o tema da redação do Enem 2018 vai muito além das fake news. Veja:
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Emilio Simoni, Diretor do dfndr lab, explica que a tecnologia citada no Enem não é uma criação recente: “esse sistema exemplificado nos textos do Enem é conhecido como ‘sistema de recomendação’ e é vastamente utilizado por lojas virtuais para recomendação de produtos e serviços aos clientes. Basicamente, os algoritmos são empregados para tentar prever que tipo de item ou conteúdo um usuário está mais inclinado a consumir”.
Simoni esclarece que essa técnica utiliza inteligência artificial para buscar padrões de comportamento dos usuários: “o algoritmo usa como base o seu histórico de consumo e padrões de busca de outros usuários com gostos similares ao seu. Então, ele aprende que se um usuário com gosto parecido com o seu comprou o produto A, você também pode ter interesse em comprá-lo e que se, em seguida, consumidores do produto A quiseram adquirir o produto B, você seria um potencial interessado no produto B, e assim por diante”.
São muito comuns em lojas virtual as ofertas do tipo: “comprando o produto A e o produto B, ganhe um desconto”. Os dados utilizados para criar estas recomendações vêm justamente dos algoritmos de inteligência artificial, afirma Simoni, que relembra ainda: “um dos textos usados como base para a redação do Enem 2018 citava serviços de música digital e esta é uma das aplicações mais populares no Brasil, onde os algoritmos buscam pessoas com gosto próximo ao seu, analisam suas listas de reprodução (playlists) e recomendam a próxima música a você. No caso dos serviços de streaming de filmes, acontece o mesmo: o algoritmo aprende que “quem viu este filme, assistiu depois a este outro”, e recomenda a você”, esclarece.
A técnica empregada no ‘sistema de recomendação’ também tem sido usada por hackers e pessoas mal-intencionadas para criação de golpes ou disseminação de fake news, mas a técnica sofre algumas mudanças em sua realização. “Quando um cibercriminoso se aproveita de um evento ou de uma promoção real para lançar um golpe ou disseminar fake news, ele está analisando o sucesso da campanha verdadeira e prevendo que há muitos usuários interessados naquele tema. Neste caso, ele não usa a inteligência artificial. Ele usa Engenharia Social, mas há a manipulação do comportamento do usuário igualmente”, conta Simoni.
Somente no segundo trimestre de 2018, o dfndr lab identificou 36,6 milhões de phishings compartilhados via apps de mensagens, e 4,4 milhões de links de fake news compartilhadas e acessadas no Brasil. Alguns aplicativos, como o dfndr security, app de segurança gratuito para Android, possuem a função “Bloqueio de Hackers”, que alertam o usuário em tempo real sempre que um link malicioso ou contendo fake news é compartilhado através de WhatsApp, Messenger e SMS. Toque aqui para baixar.
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