HQs Virtuais – Mercado continua complicado no Brasil
O mercado de quadrinhos digitais no Brasil ainda é complicado, saiba os motivos.
Filmes, séries, discos e livros já migraram para o espaço virtual. E agora é a vez dos quadrinhos. O crescimento dos quadrinhos digitais é enorme no mundo. Um sintoma do avanço desse mercado é a entrada da gigante Amazon. A companhia comprou em abril deste ano a ComiXology, a maior loja virtual de quadrinhos, e pode ser um passo adiante na consolidação de um setor que ainda sofre com a internet. A maior parte do conteúdo antigo de gibis pode ser acessada de graça.
No Brasil, o mercado é ainda mais recente. São poucas lojas virtuais que reúnam conteúdo de autores e editoras no formato da ComiXology. A Mais Gibis é uma iniciativa promissora lançada em janeiro deste ano, que comercializa HQs nacionais e internacionais em arquivos PDF, CBR ou CBZ. Entretanto, a maior parte do conteúdo baixado na loja ainda é gratuito. Publicações pagas são minoria entre os downloads realizados.
A maioria do conteúdo nacional de HQs permanece espalhada entre o iTunes e a ComiXology. Para se ter uma noção, a maior referência entre os quadrinhos brasileiros, A Turma da Mônica, ainda não entrou no mundo digital. A ideia do autor Maurício de Sousa é lançar o conteúdo para smartphone e tablets de forma independente. Segundo os empresários brasileiros, ainda falta maior produção de HQs para trazer mais público.
O caminho da produção e comercialização independentes através de aplicativos próprios também é seguido por outros autores de HQs nacionais. O Siebercomix, de Allan Siber; e o Combo Rangers, de Fábio Yabu, estão disponíveis em aplicativos para iOS. Já o site Mazinga, disponibiliza a produção dos autores André Diniz e Marcela Mannheimer. Os preços variam entre US$ 0,99 e US$ 9,99.
Quem busca conteúdo de HQs estrangeiros sofre com outro problema. Quadrinhos digitais em português são raridades. E as traduções não são boas. É o caso da loja virtual Marvel Global Comics, onde é possível encontrar os quadrinhos do X-Men traduzidos. Entretanto, este cenário de descaso com o público brasileiro deve mudar. No ano passado, o Brasil figurou entre os dez países nos quais o ComiXology foi o aplicativo mais rentável para iPad.
A Marvel ainda possui um serviço nos moldes da Netflix, no qual o usuário paga uma mensalidade e tem acesso a mais de 13 mil títulos. Outras editoras internacionais de HQs também optaram por ingressar no mercado independentemente de iTunes e ComiXology. São os casos da Dark Horse, que publica “Star Wars” e “Conan”, entre outros; e Image Comics, que publica “Walking Dead”.