Não é novidade que o Android é open source. Desde 2008, o Google disponibiliza o código fonte do sistema operacional, com o objetivo de que cada vez mais empresas construam seus smartphones baseados no sistema. Entretanto, esta política tem na fragmentação o maior problema. E parece que o Google não está nada contente com isto.
Para entender o motivo da insatisfação da gigante de Mountain View é preciso detalhar como o Android foi construído. Ao contrário da Apple, que foi a única desenvolvedora do iOS, o Android foi criado sob a supervisão de um grupo chamado de Open Handset Alliance (OHA), constituído de várias outras empresas.
Em troca da parceria, o Google libera todas as novidades do sistema operacional prioritariamente para essas empresas. Em contrapartida, algumas soluções do Google são embarcadas nos aparelhos, fazendo com que os usuários tenham conhecimento e, consequentemente, passem a fazer parte do ecossistema do Google.
E é justamente nos apps de configuração de fábrica que está a pedra no sapato do Google. Qualquer empresa para criar um smartphone com Android não necessariamente precisa fazer parte da OHA. Basta que o aparelho seja certificado pelo Android Compatibility, um programa que verifica as especificações mínimas para que o aparelho rode o sistema operacional. Se aprovadas, como não fazem parte da OHA, essas empresas não são 'obrigadas' a colocar os aplicativos do Google em seus aparelhos.
De acordo com uma pesquisa da Strategy Analytics, o Android está presente em 84,6% dos smartphones ao redor do mundo. São quase 250 milhões de aparelhos vendidos. Apesar de todo este panorama positivo, uma parte considerável dos aparelhos comercializados é de empresas que não fazem parte da OHA.
Segundo dados da ABI Research, estes aparelhos já somam 20% dos smartphones com Android e cresce 13% ao ano, impulsionados por dispositivos de baixo custo vendidos, principalmente, aos mercados da Ásia.
E são nesses gadgets que o Google deixa de ganhar dinheiro, já que não vêm com o pacote de apps embarcados da empresa, como nos smartphones que fazem parte da OHA. Um levantamento da Asymco apontou que cada usuário rende ao Google aproximadamente US$ 6,30. Fazendo as contas, imagine quanto bilhões de dólares a empresa não deixa de faturar?
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