Os verdadeiros heróis da web 2.0
Você conhece os programadores que cuidam da sua segurança online sem receber um centavo por isso? São os gênios esquecidos...
Alguns programadores acreditam que oferecer, de graça, códigos de segurança é a forma de provar que não existem backdoors ou outra brecha qualquer no software. Sendo assim, nenhuma empresa privada poderá espionar os que as pessoas estão fazendo.
O problema disso é que essa atitude louvável torna o trabalho deles em voluntário, uma vez que nenhuma empresa vai pagar sem ter acesso. O que não é visto pelas gigantes que utilizam esses códigos é que elas dependem desses programas para oferecer segurança aos usuários.
A falta de apoio monetário faz com que alguns softwares sofram junto com seus desenvolvedores. Werner Koch, um alemão de 53 anos, não é muito comentado nas rodas de tecnologia, mas seu programa GNU Privacy Guard, sim.
O software criado em 1997 é utilizado até hoje para criptografar e proteger comunicações. Um exemplo, Edward Snowden e outros jornalistas utilizam esse código para realizar denúncias anônimas e trocar informações sigilosas.
Apesar da sua importância, o projeto quase foi abandonado. O motivo é que o autor precisava de dinheiro para viver e manter o software. Após ter a dificuldade divulgada no ProPublica, Koch recebeu investimento da Linux Foundation, do Facebook e da campanha de doação hospedada no próprio site.
Ele informou que com esse dinheiro irá ter um salário, não precisando mais abandonar o projeto para ter um emprego, e contratar um ajudante, já que nesses anos ele cuidou sozinho.
Esse foi só um caso de tantos. Basta lembrarmos do OpenSSL, amplamente utilizado por empresas, inclusive gigantes como Twitter e Amazon. No ano passado foi descoberto que apenas 4 programadores cuidavam do código, sendo somente um em período integral.
Esperamos que ações como a da Linux Foundation e do Facebook tornem-se comuns e esses heróis do século XXI tenham seu valor reconhecido. Afinal, o que seria de nós, usuários, sem esses anjos cuidando da nossa privacidade digital?
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