Há 20 anos nascia na web uma das práticas mais abominadas por quem navega pela internet. As propagandas com banners que surgem nas páginas visitadas, tomando a tela do computador em busca de cliques, começam a entrar em declínio, especialmente com o advento dos aplicativos para dispositivos móveis.
Tudo começou em 1994, quando uma equipe bem-intencionada de designers, programadores e editores de revista resolveram criar as propagandas. Os primeiros anúncios pareciam bastante inocentes, e englobaram empresas como AT&T, Volvo e Zima. A estreia aconteceu em HotWired, na Wired Magazine, no dia 27 de outubro daquele ano.
Os primeiros banners foram um grande sucesso entre leitores e anunciantes, o que acabou facilitando sua rápida expansão. Surgia no mundo uma nova forma de anunciar produtos e serviços. Inadvertidamente, empresas começaram a investir cada vez mais neste tipo de propaganda, que apesar de seu início promissor, nunca foi tão eficiente quanto se esperava.
Isso porque os potenciais clientes passaram a ter raiva dos banners, que surgiam num momento em que eles não estavam interessados no assunto ou produto exposto. Antes, tal prática acabava atrapalhando o verdadeiro objetivo daquele momento, que era explorar o site que estava anunciando. A propaganda surge como uma invasora, geralmente na home do site, e até dentro dos links de interesse clicados.
Na tentativa de reinventar o formato e buscando novas formas de explorar o potencial da publicidade online, muitas empresas passaram a investir, já na década de 2010, em banners expansíveis e dinâmicos com vídeos float.
O Canal Discovery, por exemplo, tem valorizado este tipo de anúncio. Um deles tinha como objetivo a divulgação da estreia da segunda temporada da série brasileira “Águias da Cidade”. Os banners foram vistos por mais de um milhão e meio de internautas que, ao passar o mouse sobre os vídeos, assistiam a um filme que mostrava algumas cenas dos novos episódios da série. A agência responsável pela campanha afirmou que os resultados foram excelentes, com uma taxa de expansão de 15,62% e CTR de 2,25%.
Inicialmente, o banner expansível é igual ao convencional. A diferença é que a peça só é exibida inteiramente se o usuário desejar e passar o mouse sobre ele, ampliando a área de visualização do anúncio, que permanece ampliado enquanto o cursor estiver sobre ele, causando impacto no espectador. Como o banner expansível é feito em flash, ele pode exibir imagem, animação, vídeo e som, na tentativa de chamar mais a atenção do usuário.
Apesar de proporcionar mais visibilidade, os banners expansíveis ainda geram muita polêmica como é possível notar em comentários de notícias e fóruns sobre o assunto. Muitos internautas não o aprovam por considerar que o formato é invasivo e atrapalha a navegação, chegando a compará-lo à velha e malquista pop-up.
Nos dias de hoje, mesmo com suas formas expansíveis, os banners estão em declínio. Isto se dá porque a teia onde ele prosperou – a web – também está em queda. Hoje vivemos em um mundo social móvel, e passamos a maior parte do nosso tempo online por meio de aplicativos que carregam mais rápido e são muito mais bonitos e úteis do que websites costumam ser.
Em vez de banners, muitos desses aplicativos, incluindo Facebook, Twitter e Instagram, ganham dinheiro através de anúncios que aparecem nos feeds sociais dos usuários, em vez de ao lado da página, invadindo a tela do potencial cliente.
A forma como as redes sociais têm feito as propagandas é menos irritante para os usuários. Um anúncio de uma empresa de moda no Instagram, por exemplo, pode parecer tão bonita e pessoal como uma foto de seus amigos. Ainda melhor, não necessita de uma página para carregar e não aglomera a tela com animações.
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