Pesquisadores da Universidade de Oxford conseguiram desenvolver uma técnica que possibilita a criação de telas de computador com ultra-resolução, muito finas e flexíveis. Os cientistas só conseguiram o feito ao usarem um material metálico que muda de estado e de cor ao entrar em contato com uma corrente elétrica, o que forma nanopixels (a unidade mínima de uma imagem) de 300 nanômetros quadrados.
A revista Nature detalhou a técnica, mostrando que ela pode ser usada na fabricação de telas de computadores vestíveis, e até de lentes de contato inteligentes e telas dobráveis. A LG anunciou a criação de uma tela que pode ser dobrada sem causar danos.
Esses pixels, reunidos, foram usados para formar imagens de 70 micrômetros de tamanho, menores do que a espessura de um fio de cabelo.
De acordo com Harish Bhaskaran, que coordenou o estudo, até onde se sabe a resolução das imagens produzidas por sua equipe é a mais alta já atingida. Nunca se viu outra tecnologia chegar perto de 100 ou 200 nanômetros de resolução. Bhaskaran afirmou, porém, que serão necessários pelo menos cinco anos para a descoberta gerar resultados práticos.
Os pesquisadores usaram uma camada muito fina de uma liga de metais composta por germânio, antimônio e telúrio, conhecida pela sigla GST. O material é comumente utilizado em sistemas de controle de temperatura, porque absorve ou libera calor ao mudar de estado. É útil em equipamentos de armazenamento de dados, como DVDs.
Bhaskaran e seus colegas interpuseram essa liga entre duas folhas de um material transparente capaz de conduzir eletricidade, produzindo uma camada com 0,0002 milímetros de espessura. Depois, aplicaram descargas elétricas em diferentes pontos da superfície para criar uma imagem. Ao mudar de estado, os pixels também trocaram de cor.
A equipe ainda não gerou imagens em movimento, mas disse que os pixels podem ser ativados e desativados para criar o efeito.
“Estávamos explorando a relação entre as propriedades elétricas e ópticas, e então tivemos a ideia de criar esse sanduíche composto de camadas. Para nossa surpresa, a técnica deu um melhor contraste”, disse Bhaskaran.
O cientista acrescentou que a descoberta não seria possível sem o apoio de engenheiros do Reino Unido e do Conselho de Pesquisas de Ciências Físicas (EPSRC). “O EPSRC tem financiado nossa investigação. A descoberta mostra apenas que o céu é o limite”, concluiu Bhaskaran.
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