Julian Paul Assange é o Robin Hood da informação. Famoso por divulgar segredos de Estado, foi eleito Personalidade do Ano de 2010, pelo jornal Le Monde, e uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, pela revista Time em 2011. Este libertário jornalista, hacker (codinome Mendax – esplêndido mentiroso), escritor e ciberativista, é o primeiro australiano da nossa série de CV’s.
Hoje com 43 anos, teve uma infância incomum: viajou bastante para acompanhar os pais em seus compromissos profissionais, estudou em aproximadamente 37 escolas diferentes e também recebeu lições de aprendizado em casa.
Acumula alguns prêmios. Entre eles, Sam Adams Award, Index on Censorship (The Economist) e Amnesty Internacional UK Media Awards, chegou a ser indicado ao Nobel da Paz, em 2011.
Publicou livros: “Cypherpunks – Liberdade e o futuro da Internet”, onde acusa governos de usarem a internet com objetivos de manutenção do poder político e econômico das nações e “Wikileaks – A guerra de Julian Assange contra os segredos de Estado”.
Ganhou seu primeiro computador aos 16 anos e logo descobriu habilidade para invadir sistemas. Só na Austrália, enfrentou 30 acusações de pirataria, mas pagou multa pelos danos causados e se livrou da prisão.
Estudou Matemática na Universidade de Melbourne, mas abandonou o curso, segundo o mesmo, por razões morais, quando se opôs, junto a outros estudantes, a um grupo de alunos que desenvolvia projetos de informática para militares.
Perseguiu as carreiras de programador e de desenvolvedor de softwares.
Começou a trabalhar no Wikileaks em 2006, site lançado oficialmente em 2007 com o objetivo de compartilhar internacionalmente informações confidenciais em grande escala. A divulgação do manual militar americano sobre o centro de detenção de Guantánamo catapultou Assange à fama. O Wikileaks também vazou e-mails da então candidata a vice-presidente dos Estados Unidos, Sarah Palin, e sobre as Guerras do Iraque e Afeganistão.
Como aliados, atraiu os meios tradicionais El País, Le Monde, Der Spiegel, The Guardian e The New York Times, com o intuito de divulgar conteúdo secreto da diplomacia americana. Recebeu manifestações de apoio de líderes mundiais como Luís Inácio Lula da Silva e Vladimir Putin, que defenderam sua liberdade.
Em 2010, já com a cabeça a prêmio, descobriu que pesava sobre ele outras acusações, desta vez por crimes sexuais. No mesmo ano, entregou-se às autoridades em Londres, depois de ter mandado de prisão expedido por autoridades europeias. Teve diversas audiências e, por fim, o pedido de apelo junto às autoridades daquele País negado.
Para evitar sua extradição para a Suécia, onde responderia por abuso sexual e, posteriormente, seria extraditado aos Estados Unidos, já que havia perdido a cidadania sueca por conta dos crimes, Assange entrou na Embaixada do Equador em Londres para não sair até os dias atuais. É considerado pelos Estados Unidos um inimigo não armado a destruir. Recebeu asilo do Equador, mas não pode deixar o prédio da Embaixada em Londres e seguir para o aeroporto e mudar-se de vez para Quito. Certamente, seria preso antes de cruzar a rua. De um pedacinho do Equador no Reino Unido, segue firme em sua luta por liberdade.
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