O interesse de profissionais da área de saúde pelas diversas funcionalidades tecnológicas do Google Glass vem crescendo em todo o mundo, com experiências bem-sucedidas na Europa, Estados Unidos e no Brasil.
Em Boston, Estados Unidos, médicos do Beth Israel Deaconess Medical Center estão usando o Google Glass e os códigos QR para identificar pacientes. O sistema permite que a equipe médica verifique rapidamente informações referentes aos casos.
O hospital desenvolveu um sistema que armazena informações personalizadas sobre os pacientes para ser utilizado no Google Glass. Os médicos do plantão digitalizam o código QR no painel existente em cada consultório para acessar as informações do próximo paciente a ser atendido com o objetivo de agilizar o atendimento.
O especialista também pode conversar com o paciente, examiná-lo e realizar os procedimentos necessários enquanto visualiza nos óculos os seus sinais vitais e os resultados de exames, entre outros dados do paciente.
Além disso, as informações são ajustadas para se encaixarem no campo de visão e o sistema reconhece comandos de voz de cada usuário. Os médicos podem ler e “rolar” as informações simplesmente ao olhar para baixo e para cima.
Até cirurgias já estão sendo realizadas com o auxílio dos “óculos inteligente”. Aqui no Brasil, a primeira intervenção cirúrgica com o Google Glass foi realizada no Hospital São Camilo, no município de Salto, interior de São Paulo, em outubro do ano passado.
Coordenada pela equipe do Miguel Pedroso, mentor da utilização da nova tecnologia no hospital de Salto, em parceria com a equipe do Instituto Lubeck, de Itu, a cirurgia para a retirada do intestino grosso do paciente foi um sucesso.
A intervenção durou cerca de noventa minutos e contou com o apoio tecnológico da consultoria especializada em mobile Onoffre Consulting, responsável por testar o Google Glass no Brasil.
Miguel Pedroso usou o Google Glass para assistir aos vídeos de orientação do procedimento cirúrgico que realizava, além de transmitir e receber orientações de um médico a distância, por meio de um Hangout. Um grupo formado por dez médicos de diversos lugares do país teve acesso à transmissão ao vivo da videocirurgia. Graças aos “óculos inteligentes”, a equipe conseguiu acompanhar a cirurgia do ponto de vista do cirurgião.
Segundo o cirurgião Miguel Pedroso, essa foi a primeira vez, em todo o mundo que uma videocirurgia transmitiu conteúdo didático pelo Google Glass. “Estamos em fase de testes. O próximo passo será o desenvolvimento de um aplicativo específico que obedeça ao comando de voz para a exibição de um videoatlas para o cirurgião que realiza a operação e, simultaneamente, a transmissão de imagens da cirurgia para outros cirurgiões conectados ao sistema”, previu Miguel Pedroso.
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