Se você está pensando em fazer intercâmbio e ao mesmo tempo conseguir uma vaga na indústria da tecnologia, Dublin pode ser o seu destino, especialmente se você tem em mente trabalhar em gigantes da tecnologia, como Google, Facebook ou LinkedIn. Todas estas empresas estão baseadas na Irlanda e concentram no País seus times de SAC.
É em Dublin que atendentes tiram dúvidas dos usuários destas redes e serviços em português. E os brasileiros estão em alta no mercado irlandês já que, fora o idioma nativo português, eles têm perfil heavy user de internet, o que facilita a colocação no mercado de trabalho, visto que já entendem ou sabem como usar os produtos destas empresas em questão. Quem aqui não tem perfil no Facebook e LinkedIn ou faz consultas no Google Maps?
Ouvir português pelas ruas de Dublin não é tarefa difícil, e o mesmo vale para ser chamado para uma entrevista numa destas gigantes. Aprender inglês pode ajudar a colocar uma destas marcas no seu currículo, o que pode ser mais fácil do que você imagina. Conheça a experiência de Henrique Clementino, brasileiro de MG que há sete anos mora na Irlanda e se prepare para a entrevista.
Quando decidiu sair do Brasil, por que você escolheu Dublin?
Saí do Brasil em 2008 com destino ao Reino Unido. Na Inglaterra consegui atuar somente com o que chamamos de sub-emprego. Insatisfeito, desabafei com um amigo que me disse estar trabalhando no Google Irlanda. Foi aí que passei a considerar mudar meu endereço de residência. Quando fui ao Brasil de férias, dei entrada no visto de estudante da Irlanda e já voltei para a Europa com novo destino e ambições.
Quando chegou já tinha emprego em Tecnologia?
Não, mas comecei a me relacionar com outros brasileiros que trabalhavam nas gigantes de tecnologia no País através das redes sociais.
O que você aproveitou da sua experiência no Brasil no seu atual trabalho? Como é a entrevista aí?
A diferença que senti é a entrevista aqui ser totalmente focada em competências, em detrimento de características pessoais, mas ser desenrolado e simpático sempre ajuda, não só no Brasil.
O mercado de Tecnologia segue aquecido na cidade?
Sim, pelo menos é o que sinto em conversas com amigos, vários deles empregados em empresas do setor.
Conhece muitos brasileiros que trabalham nos gigantes da Tecnologia: Google, Facebook e LinkedIn em Dublin?
Sim. A maioria com atendimento ao público, em português. Como as centrais dos SACs destas empresas ficam aqui, sempre tem vaga aberta.
Qual o perfil médio destes brasileiros empregados aí?
Pessoas que têm graduação no Brasil. Mesmo trabalhando com atendimento ao público, dificilmente alguém sem ensino superior entra para estas empresas. Trabalhar com o público é algo valorizado na cultura europeia, não é visto como posição menos importante, como acontece no Brasil.
Qual experiência do Brasil você levou para o mercado de trabalho irlandês?
No Brasil sempre trabalhei como vendedor de loja, muitas vezes nas equipes extras de Natal. Com isso, ganhei fluência verbal e passei a ter contato com diversos tipos de pessoas, com facilidade de assimilação da comunicação e também com as que não têm, fora o perfil variado dos consumidores das diferentes marcas pelas quais passei.
Qual foi seu primeiro emprego na cidade em Tecnologia?
Um amigo que trabalhava no SAC do Google me indicou para trabalhar na empresa. Não sei se é fácil conseguir uma entrevista sem indicação, mas de qualquer forma, vale arriscar e bater na porta destas empresas atrás de oportunidades. Trabalhei seis meses ajudando pequenos empreendimentos no Brasil a aparecerem no Google Maps. Por meio de ligações ativas, ensinava o proprietário a marcar-se nos mapas, o que aí pode ser chamado telemarketing.
Depois da primeira experiência, seu perfil entra no radar de outras empresas terceirizadas que atendem estas gigantes de Tecnologia e você para de buscar trabalhar para ser buscado, claro que demonstrando competência e qualidade de trabalho, no meu caso atendimento ao público. Fora a produtividade, certamente.
Onde você trabalha atualmente e como foi a entrevista de emprego?
Trabalho para Accenture, prestando serviços para o Google. Minha entrevista foi bem interessante, focada em como eu poderia atuar na função. Senti tranquilidade para ser e responder o que sou.
Existe uma rotina de treinamento e atualização profissional na empresa que você está?
Sim, precisamos ficar a par do que há de novo no mercado.
Como é sua rotina de trabalho?
Também trabalhamos 8 horas aqui, porém em regime de escalas, a parte pior. Como os horários mudam muito, é difícil criar uma rotina diferente que não a de trabalho. Foco no aprendizado para poder melhorar de posição até, finalmente, recusar o regime de escala. O bom é que aqui não fazemos hora extra, como muitas vezes acontece no Brasil, sem remuneração.
O que você mais gosta e o que menos gosta na área em que trabalha?
Gosto de ser ouvido e liderar, não gosto muito de gente que reclama sem sugerir solução para os problemas. Tento transmitir estes valores para minha equipe.
Por que você acha que tem tantos brasileiros trabalhando com Tecnologia em Dublin?
Fora a grande quantidade de brasileiros e os serviços de atendimento ao cliente em português estarem baseados na cidade, acredito que nós somos preparados para desafios e que tendemos a entrar de cabeça no que nos prestamos a fazer.
Você acha que o brasileiro é mais conectado que o irlandês?
Sim, bem mais. Adoramos redes sociais e interagimos mais online também.
Os salários na cidade são atrativos?
Não existe regra, algumas empresas pagam bem, outras nem tanto, mas de qualquer forma as posições de trabalho me parecem todas interessantes, com maior autonomia e valorização do que no Brasil. E, se você considerar o câmbio, todas pagam bem.
Como é o clima organizacional?
Menos amizade, mais profissionalismo. Acho bom porque não tem muito espaço para intrigas e fofocas.
Como são os contratos de trabalho e os benefícios aos trabalhadores?
Os contratos de trabalho e benefícios são muito variáveis. Contrato próprio e terceirizado. De qualquer forma, é mais comum encontrar brasileiros trabalhando em empresas terceirizadas.
Quais as dicas você daria para quem quer trabalhar com Tecnologia em Dublin?
Aprender inglês é um diferencial, apesar de muitas vagas trabalharem com português. Na entrevista será mais fácil você se mostrar caso domine o idioma local.
Como sair na frente na hora de conquistar uma vaga?
Ser inovador na entrevista e vender bem o seu produto: você. Vale destacar o perfil multifacetado do brasileiro, que faz sucesso por aqui. Faça as malas e venha para a Irlanda, o povo aqui é bem amistoso e comunicativo, podendo fazer você se sentir em casa, mas ganhando em euros.
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