Muitas vezes é difícil saber se quem está por trás de um perfil na internet é realmente de verdade. Alguns fakes são tão bem feitos que acabam enganando internautas comuns e repórteres em busca de informações sobre um determinado assunto. O problema é que esses perfis falsos sempre causam dor de cabeça.
Fakes da apresentadora Hebe Camargo, do jogador Defederico, da jornalista Ana Paula Padrão, da atriz Nair Belo e até mesmo do Bope, o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro, já conseguiram enganar muita gente.
No início de 2010, uma repórter da “Rádio Jovem Pan” informou que Hebe, na época internada para tratamento de um câncer, corria de cadeira de rodas pelo hospital. Era o que dizia o perfil falso da apresentadora no microblog (@hebecamargo). Momentos depois, a assessoria da verdadeira Hebe desmentiu.
Também em 2010, o perfil @matidefederico causou alvoroço na imprensa esportiva. Alguns portais como “Lance!Net” e “GloboEsporte.com” caíram na armadilha em que o falso perfil do ex-jogador do Corinthians Matias Defederico dizia que não iria se encontrar com o técnico do River Plate, Angel Cappa. Também teria negado propostas de empréstimos para Botafogo e Vitória. Tudo não passou de mentira.
Após a publicação das notícias, um estudante de história, autor do perfil, esclareceu o caso. “Bom, primeiramente, perdão a todos. É que a coisa se tornou tão grande que foi difícil não continuar. Só para esclarecer, nunca quis tirar proveito do Twitter, apenas o usei para aumentar o carinho que todos vocês sentem por Defederico”.
Quem também enganou muita gente foi um perfil falso da Polícia Militar do Rio. O perfil @Bope_RJ, que criticava a cobertura das TVs “Globo” e “Record” nos conflitos entre traficantes e policiais na Vila Cruzeiro, em novembro de 2010, causou alvoroço. Na realidade, o perfil era falso e foi desmentido pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
Já o site “UOL” caiu no fake da apresentadora Ana Paula Padrão (@anapauIapadrao). O caso aconteceu após a jornalista confundir seu telejornal, o “Jornal da Record”, com o “Jornal Nacional”, da concorrente “Globo”. No perfil falso, a apresentadora dizia que colegas da “Record” riram de sua gafe. Não era verdade. Ana Paula precisou dizer que aquele perfil não era dela.
O projeto Pheme, criado pela Comissão Europeia, pretende monitorar o conteúdo de origem duvidosa na internet. O grupo responsável conta com parceiros da área de notícias, como “BBC” e “The Guardian”, e da área tecnológica, responsável pela análise e programação de dados.
O objetivo é tentar entender como os boatos surgem, se proliferam e quais impactos têm em nossas vidas. O projeto terá a duração de 36 meses e o primeiro relatório vai sair no fim deste ano.
Além disso, os criadores do projeto pretendem usar os mesmos métodos do jornalismo, mas com velocidade em escala, e estabelecerem aprendizados de postagens anteriores, que tipo de pessoa é, se é jornalista, testemunha ocular, onde está localizada. Através de inteligência artificial, o Pheme tenta extrair padrões de dados, rastrear redes sociais, fazer buscas e analisar a credibilidade da informação.
No Brasil, uma iniciativa parecida pode ser vista no site boatos.org. Criado por brasileiros, visa a desmentir as falsas notícias que são propagadas na internet e mostrar como a farsa está sendo contada.
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