A segurança na rede passou a ser amplamente debatida depois da aprovação do Marco Civil da Internet. Entre os principais pontos estão a neutralidade da rede, proibindo a cobrança diferenciada para acesso à internet, a proteção e a inviolabilidade da privacidade, garantindo o sigilo nas comunicações dos usuários e impedindo a venda de informações dos registros de conexões, e o direito à liberdade de expressão, eliminando a responsabilidade de provedores de conexão à rede e aplicações na internet pelas informações postadas pelos internautas.
A aprovação também é um estímulo importante para o incremento dos seguros de responsabilidade civil no âmbito dos riscos cibernéticos. Poucas seguradoras no país oferecem produtos para este segmento, e entre estas ainda não há sequer registro de sinistros, embora a exposição das empresas seja cada vez maior.
Um estudo elaborado em 2013 pela Symantec e pelo Ponemon Institute mostra que a violação de dados no Brasil gera perdas médias de R$ 2,64 milhões, podendo chegar a R$ 9,74 milhões. A pesquisa aponta ainda que o custo médio de R$ 143 por registro comprometido cai para até R$ 19 em organizações com uma boa estrutura de segurança.
A segurança da informação está entre as maiores preocupações dos executivos de grandes empresas em todo o mundo e também no Brasil. Um estudo da consultoria EY (antiga Ernst Young), publicado no final do ano passado, revela que as grandes empresas estão aplicando cada vez mais em segurança da informação. Para 59%, o volume de ameaças externas aumentou em 2013.
Dentre as entrevistadas, ficou constatado que 46% dos investimentos em segurança da informação serão direcionados à melhora, expansão e inovação das práticas de combate aos riscos cibernéticos nos próximos anos.
No caso, por exemplo, do ataque de um hacker ao banco de dados de uma empresa provedora de serviços de internet ou instituição bancária, o seguro cobriria os danos aos terceiros, eventualmente prejudicados, e à própria empresa pela perda de sistema.
Se na área de riscos cibernéticos o setor de seguros ainda engatinha, na proteção a aparelhos portáteis ele decola. Isso porque o Brasil é o segundo país com maior índice de roubo de celulares no mundo, ficando atrás só da Índia. Segundo dados de mercado, 25% dos brasileiros já tiveram um smartphone roubado.
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Mas, será que vale a pena pagar um seguro para seu aparelho? Quando comparado a um seguro residencial ou automotivo, por exemplo, a proteção de celular é cara. Geralmente os seguros de carro não passam de 10% do valor do bem. Já no caso dos dispositivos móveis, o preço cobrado pela apólice anual gira em torno de 15% a 30% do valor do aparelho. Conforme a demanda vai crescendo, porém, esse preço médio vem caindo cada vez mais.
O valor, geralmente, pode ser parcelado e é calculado com base no preço de nota fiscal do aparelho, tempo de uso e data de compra. Algumas operadoras intermedeiam esse serviço. Outras não oferecem essa facilidade, e nesses casos, o seguro precisa ser feito diretamente com a seguradora.
O Grupo BB Mapfre, por exemplo, comercializou 14 mil apólices somente nos seis primeiros meses de 2013, contra as quatro mil vendidas entre janeiro e junho de 2012. Por um ano, o seguro da empresa custa cerca de 15% do valor do aparelho, e a cobertura do valor é de 75% em caso de quebra ou roubo. Por exemplo, se você tem um aparelho de ponta que custou R$ 3 mil, você deverá pagar R$ 450 pela apólice e receberá R$ 2.250, caso acione o seguro.
De carona no crescimento da demanda por proteção de patrimônio no Brasil, a BemMaisSeguro.com, braço da seguradora norte-americana Assurant, também tem seus seguros relacionados ao estilo de vida, para proteção de equipamentos como smartphones, aparelhos eletrônicos e até animais de estimação. O seguro para smartphone, por exemplo, gira em torno de R$ 10 por mês, enquanto o de notebook começa em R$ 9 por mês. Os produtos são limitados a aparelhos com até 12 meses de uso.
Na Porto Seguro, os valores são ajustados conforme o tempo de uso do aparelho. Por exemplo, um dispositivo que tem menos de seis meses de existência, com comprovação de nota fiscal, tem direito a recebimento integral da indenização. Já um aparelho com mais de 50 meses de vida, de acordo com a mesma tabela, terá 70% do seu valor reduzido na indenização de roubo ou furto. Então, na hora de escolher um seguro é importante levar em conta além do preço da apólice, o valor da franquia.
Já a Segurar.com, corretora online brasileira, criou o Seguro de Equipamentos Portáteis. Este seguro garante a cobertura, em território nacional, de smartphones, notebooks, netbooks, ultrabooks, tablets, câmeras fotográficas de vídeo em caso de roubo ou furto qualificado.
O serviço está disponível através da internet e é válido por doze meses para gadgets que tenham até três anos de uso, exceto para smartphones e celulares que devem ter até um ano de utilização. Para todos os casos é necessária a comprovação da nota fiscal.
Os planos preveem franquia ou coparticipação do segurado para as coberturas de roubo ou furto qualificado de 15% do valor do equipamento, com o mínimo de R$150. Caso haja necessidade, o contratante receberá o valor de reposição do equipamento descontado a franquia.
Hoje, há também os chamados clubes de proteção. Criado no final de 2012 pelo norte-americano Daniel Hatkoff, o Clube Pitzi vende planos de proteção contra acidentes para smartphones e celulares pela internet. No Pitzi, a mensalidade para proteger um aparelho de cerca de R$ 2,5 mil, por exemplo, custa R$ 39,90, ou R$ 479,88 por ano.
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