As empresas de tecnologia precisam se reinventar a cada dia. Com os PCs tradicionais perdendo cada vez mais força de venda, as companhias estão tendo que atuar em outras frentes. Uma das principais possibilidades é o crescimento da venda de chips de memória, usados principalmente em dispositivos móveis.
A fabricante Applied Materials, por exemplo, divulgou um lucro no terceiro trimestre de 2014 maior do que o esperado, por ela e por analistas. O que tem impulsionado suas vendas são os chips.
A demanda por chips DRAM deve crescer no atual trimestre, afirmou o diretor executivo da empresa, Gary Dickerson, em teleconferência com analistas.
Outra que teve bom resultado por causa do mercado de chips foi a Taiwan Semiconductor Manufacturing, que está trabalhando para construir chips ainda mais avançados para dispositivos móveis.
A companhia espera que sua receita cresça, pelo menos, em 20% este ano, um recorde para eles. Isso só será possível devido ao aumento da demanda de produção de smartphones, como os da Apple.
A fabricante de placas gráficas de alto desempenho Nvidia também vai concentrar o foco de atuação no mercado de chips. Com seu portfólio de processamento gráfico (GPU, na sigla em inglês) bastante atrelado ao mercado de notebooks e desktops, a empresa agora está desenvolvendo componentes especialmente adaptados para quem deseja jogar videogames em dispositivos móveis, com base na tecnologia gráfica para renderização de imagens tridimensionais.
Os sinais dessa mudança de estratégia têm sido cada vez mais evidentes, já que em recentes declarações à imprensa, o CEO da companhia, Jen-Hsun Huang, disse que a NVidia vai priorizar aplicações gráficas orientadas a dispositivos móveis.
Mas essa mudança não deve ser simples. Analistas observam que a rival Qualcomm, por exemplo, com décadas de experiência em tecnologia de chip de comunicação para celular, já fornece para os dois maiores fabricantes de smartphones, Apple e Samsung, o que leva crer que essas companhias continuarão favorecendo os chips de processador da empresa.
Além disso, outros fabricantes de chips estão mirando para o mercado de telefonia móvel, incluindo Intel, MediaTek, Broadcom e Marvell.
A Intel, inclusive, espera que os produtores chineses de tablets possam salvá-la da destruição causada pela queda na venda de computadores. Os chips da empresa até dominam o mercado de PCs, mas em dispositivos móveis praticamente inexistem.
Segundo diretores da empresa, que fechou um acordo com a fabricante chinesa de chips para dispositivos móveis Rockchip, as companhias vão fabricar um chip com quatro núcleos usando a arquitetura e a marca da Intel.
Eles acreditam que seu acordo com a Rockchip, sediada em Fuzhou, na China, ajudará a fabricante de chips de Santa Clara, na Califórnia, a ganhar novos consumidores mais rapidamente.
A IBM anunciou que está se unindo ao Google e várias outras empresas de tecnologia para licenciar a tecnologia de chip IBM Power, em um esforço para atrair mais usuários. Sob o consórcio denominado OpenPower Consortium, a IBM e o Google, em pareceria com a designer de chips israelense Mellanox Technologies, a fabricante norte-americana de chips Nvidia Corp e o servidor sediado em Taiwan Tyan Computer Corp, construirão servidor, rede e tecnologia de armazenamento baseada em chips para nuvem.
Hardware e software, anteriormente de propriedade da IBM, estarão abertos para desenvolvimento e licenciamento de terceiros, segundo a empresa. A aliança está disponível a qualquer companhia que quiser participar e inovar na plataforma. A IBM compete com a Intel e a fabricante de chips ARM Holdings.
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