Quase todos os anos o mundo é brindado com filmes que são baseados em games de sucesso, numa tentativa de fazer os fãs desses jogos irem às telonas acompanhar o resultado final. Mas, na maioria das vezes, esses longas acabam sendo decepcionantes e não retratam o que os jogadores estão acostumados a ver nos jogos. Exemplos que desagradaram a maioria não faltam.
Um dos jogos mais clássicos de todos os tempos, o “Super Mario Bros” já foi parar nos cinemas. O filme de mesmo nome, feito em 1993, era a esperança dos fãs de ter um filme com Mario, Luigi e sua turma, mas optou por um roteiro bizarro que coloca os encanadores do Brooklyn em uma dimensão paralela onde os dinossauros não foram extintos e evoluíram como os seres humanos.
Com Bob Hoskins ("Uma Cilada para Roger Rabbit") como Mario e John Leguizamo ("Spawn") como Luigi, eles se metem em confusões para salvar a princesa Peach de Bowser (no filme chamado de Rei Koopa) e, por conta disso, atravessam dimensões.
Outra produção muito criticada foi a do “Street Figther”, de 1994. Há quem goste e há quem odeie o filme do game de luta mais popular do mundo. Inegável é o fato de que ele foi uma superprodução com atores como Jean-Claude Van Damme (Guile) e Raul Julia (o vilão M. Bison).
Atuações muito forçadas e caricatas, roupas que não combinavam com o filme, principalmente a de M. Bison, e um enredo muito diferente do visto nos games fizeram com que os fãs reclamassem por um longo tempo. O filme foi mais elogiado por aqueles que não conheciam o game.
Nem mesmo a belíssima Angelina Jolie foi capaz de salvar o longa “Tomb Raider” das críticas. Clássico nos videogames, a atriz até que se esforçou para representar bem o estilo do jogo, quando ele estava em seu auge, em 2001. Embora sua beleza fosse o destaque, a atuação que forçava um sotaque britânico e as cenas de ação não agradaram, mesmo com o filme tendo conseguido sucesso comercial.
Uma curiosidade é que a atriz Demi Moore era a mais cotada para interpretar Lara Croft. Daniel Craig, o atual 007 do cinema, fez um papel secundário na produção e Jon Voight, pai de Angelina na vida real, interpretou o pai de Lara, Richard Croft.
Outro filme muito criticado, especialmente pelo seu figurino bizarro, foi “Double Dragon” (1994). As aventuras de Jimmy Lee (Mark Dacascos) e seu irmão Billy (Scott Wolf), para resgatar sua namorada das garras de um líder criminoso, foram transformadas numa batalha pós-apocalíptica contra um tirano que deseja a posse de um medalhão mágico, capaz de dar poderes infinitos ao seu portador.
O filme não foi bem nas bilheterias, arrecadando apenas US$ 2 milhões nos Estados Unidos, bem diferente do jogo, que ainda é considerado um dos melhores do gênero briga de rua.
Clássico do RPG, o game “Final Fantasy” foi para os cinemas em 2001 e não agradou os fãs. Carregando o nome de uma das séries de jogos mais famosas existentes, a sua grande qualidade foi a parte gráfica. As vozes dos veteranos como Alec Baldwin e James Woods também foram elogiadas.
O resultado final, porém, não foi o esperado, especialmente porque a história contada e seu roteiro fugiam muito do game. Como consequência, um rombo de mais de US$ 120 milhões nos cofres da produtora Squaresoft, causando o fechamento do estúdio cinematográfico da empresa em Honolulu, no Havaí. O longa, que teve orçamento de US$ 137 milhões, arrecadou apenas US$ 85 milhões nas bilheterias mundiais.
Já o “Prince of Persia" (2010) tinha tudo para ser o melhor filme baseado em games já feito. Ainda mais por se inspirar na história do título de mesmo nome, "The Sands of Time" ("As areias do tempo"), considerado um dos melhores da franquia. A expectativa entre os fãs era alta. Mas não foi o que aconteceu.
No filme e no game, a história gira em torno de uma adaga que usa as areias mágicas em seu interior para voltar no tempo. Jake Gyllenhaal até se esforça em ser carismático como o personagem principal Dastan e usa o objeto para enfrentar os adversários. O roteiro, que foi reescrito diversas vezes pelo criador da série de PC, Jordan Mechner, foi outro problema do filme, que abusava dos efeitos especiais.
Fracasso de bilheteria, a produção “Doom – A Porta do Inferno”, de 2005, arrecadou apenas US$ 55 milhões em todo o mundo (o orçamento do longa foi de US$ 60 milhões). O filme mostra um conglomerado aeroespacial conduzindo experiências misteriosas em Marte, quando uma terrível força demoníaca começa a tomar a instalação de pesquisas.
O jogo “Doom” foi lançado em 1993 e se tornou um fenômeno entre os jogos para PC. Seu modo dinâmico de jogar não foi retratado na telona, o que gerou muitas críticas.
Uma das séries de terror de maior sucesso nos videogames, “Resident Evil” já teve cinco filmes diferentes criados. Todos eles foram protagonizados por Milla Jovovich, que interpreta Alice. Apesar de retratar fielmente a sensação de solidão e pânico no jogo, o filme peca pelo roteiro até certo ponto bobo e que não consegue prender a atenção.
Mesmo assim, outro longa já está sendo produzido, com previsão de lançamento para 2015. Será que o sexto filme vai agradar mais que os outros cinco? É aguardar para ver.
“Hitman – O Assassino 47” (2007), do diretor Xavier Gens, é a adaptação às telas da popular série da Eidos e da IO Interactive. A trama conta a história do Assassino 47 (Timothy Olyphant), que descobre um complô para eliminar vários membros de sua agência, a ICA.
A crítica principal, como a maioria das adaptações, é o roteiro que foge muito dos padrões do game Hitman. Especialistas ainda dizem que o filme oferece uma combinação infeliz de violência excessiva e enredo incoerente.
Fechando a lista, “Max Payne”, filme de 2008, baseado no jogo homônimo lançado em 2001. O filme foi dirigido por John Moore, inspirado no roteiro de Beau Thorne e nos personagens criados por Sam Lake para o jogo. Ele conta a história do detetive Max Payne, interpretado por Mark Wahlberg.
A produção, porém, foi muito criticada na época em que foi lançada. E, mais uma vez, o pecado maior esteve no enredo, que segundo a maioria dos críticos, é ilógico.
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