Entidades do setor livreiro tentam aprovar um projeto de fixação de preços para lançamentos, principalmente depois que a Amazon passou a vender livros físicos com descontos considerados abusivos por editoras, livrarias e associações. A tentativa de estabelecer um valor padrão para os produtos não é de hoje. A chegada do novo concorrente só está acelerando esse processo.
O presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL) Ednilson Xavier, diz que essa luta já vem sendo travada há mais de dois anos. “O objetivo é equilibrar o mercado. Nossa maior preocupação não é a Amazon. Ela chegou para acirrar ainda mais a concorrência. A ideia principal é disciplinar esse mercado”, explica.
Xavier nega a existência de uma “guerra no mundo editorial por causa da Amazon”, e que a fixação de preços vá acabar com a possibilidade de descontos, prejudicando assim os consumidores. “Primeiramente, a fixação vale apenas para lançamentos. Os catálogos poderão ser vendidos da mesma maneira como são hoje. Os próprios lançamentos também não ficarão impedidos de fazer promoções. O vendedor vai poder fazer até 10% de desconto para os seus clientes”, acrescenta.
Outra vantagem apontada por Xavier seria o equilíbrio na concorrência, já que as livrarias menores não conseguem competir na questão dos preços com as gigantes do setor, que conseguem dar descontos maiores devido ao grande volume de unidades que compram para revender.
“A própria Amazon ganharia com a fixação, pois ficaria livre de dar esses descontos enormes. A concorrência ficaria mais equilibrada e os preços poderiam até baixar para o consumidor final”, acredita o presidente da associação.
Recentemente, o Country Manager da Amazon no Brasil, Alex Szapiro disse que antes de entrar no mercado de impressos, a empresa quis entender o consumidor. A estratégia, segundo ele, foi coerente. A Amazon não tinha a crença de que o brasileiro não lê. “Ao contrário. Para nós, o brasileiro se revelou um povo que ama a leitura”, acredita, otimista.
O fundador do site “PublishNews”, Carlo Carrenho, especialista em notícias do mercado editorial, acredita que a chegada da Amazon é excelente a curto prazo, porém é preciso atentar para isso, evitando que, a longo prazo, o site acabe criando um monopólio.
“Para os livreiros, chegou um concorrente muito forte, que vai ocupar uma fatia de mercado e talvez até consiga fazê-lo crescer. O problema é que a Amazon é tão eficiente que tende a se tornar um monopólio e virar um tubarão no mercado. No médio e longo prazo, é bom tomar cuidado para que não vire um monopólio. No curto prazo, é excelente”, diz em artigo no site.
Xavier diz que um dois motivos da Amazon ter voltado forças para o Brasil é a falta de livrarias, consequência da baixa média de leitura do brasileiro. “A chegada deles reflete toda uma demanda reprimida: o Brasil carece de livrarias, ainda temos índices de leitura baixíssimos. Espero que, de certa forma, isso possa contribuir para melhorar a situação”.
Outra vantagem da Amazon foi ter comprado um enorme volume de livros. Ao todo, foram 150 mil publicações, o que pode ter lhe valido descontos pomposos. Consequentemente, os preços de revenda acabaram caindo, acredita Ednilson Xavier. Ele acrescenta:
“Imagina o que é você comprar toda essa quantidade de livros. Isso é uma prática muito agressiva e que desequilibra o mercado. Por isso a fixação do preço se torna muito importante, para dar mais equilíbrio a essa cadeira”, conclui.
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