A segurança já seria uma grande preocupação do governo e dos organizadores da Copa do Mundo de 2014. Mas, após as manifestações do ano passado, o alerta se tornou mais urgente. O investimento em segurança deve chegar a R$ 1,8 bilhão, sendo que R$ 164,5 milhões serão gastos em equipamentos e sistemas e R$ 682 milhões em sistemas para centralização das operações. As informações são do Grupo Executivo da Copa do Mundo.
Uma atenção especial deve ser dada à segurança da informação. Hackers brasileiros já ameaçaram promover ações como congestionamento de sites ou roubo de dados, durante a Copa, em represália aos gastos estimados em R$ 33 bilhões com a realização do evento.
O desafio das autoridades é grande, uma vez que o Brasil reúne um dos maiores contingentes de cibercriminosos em todo o mundo. Embora a maior parte dos ataques esteja relacionada a fraudes, o número de ofensivas a sites de instituições públicas e empresas privadas também é grande.
Para tentar combater a ação dos hackers, o governo criou há quatro anos, através do Ministério da Defesa, o Centro de Defesa Cibernética do Exército do Brasileiro (CBCiber), cujo objetivo é estabelecer sistemas de segurança e contra-ataque para proteger dados sigilosos. A previsão é de que o centro receba um aporte financeiro de R$ 400 milhões até 2016.
No mês passado, o CBCiber firmou acordo de cooperação com o Serviço Federal da Processamento de Dados (Serpro). O coordenador-geral de Segurança da Informação do Serpro, Ulysses Machado, informou que técnicos farão visitas aos centros do Exército e que o serviços de respostas a ataques estarão à disposição do CBCiber.
Recentemente, as Forças Armadas investiram cerca de R$ 6 milhões na compra de um antivírus e de um programa que simula uma guerra cibernética. Segundo o general Antonino Santos Guerra, diretor do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (Ccomgex), o programa, que oferece 25 cenários, servirá para o treinamento de pelos 500 oficiais.
Outros softwares e equipamentos foram adquiridos. As empresas responsáveis pelos softwares são brasileiras e, de acordo com o general, a escolha destas empresas é uma forma de o governo estimular o avanço das empresas de tecnologia e sistemas de segurança nacionais.
Em outra frente, o Brasil comprou 27 robôs da empresa norte-americana, Irobot, para auxiliar na segurança da Copa do Mundo. O valor investido foi de R$ 14 milhões e inclui também o fornecimento de peças, equipamentos e serviços. Os robôs 510 PackBot, que são usados pelos Estados Unidos no Afeganistão e no Iraque, ficarão sob responsabilidade da Polícia Federal e serão distribuídos entre as cidades-sede da Copa.
Eles são munidos de câmera e operados por controle remoto, além de possuir um braço mecânico e serão usados para análises de bombas e vigilância. As câmeras são capazes de fazer o reconhecimento de até 400 rostos por segundo e guardá-las em um banco de dados de 13 milhões de imagens. O governo também investiu mais de R$ 50 milhões na compra de quatro veículos aéreos não tripulados (vants) de Israel que serão usados também nas cidades-sede.
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