Autoridades dos EUA estão preocupadas com atualizações de Google e Apple
Google e Apple deixam FBI descontente, entenda por quê
O FBI está muito descontente com as novas medidas de segurança da Apple e do Google, de acordo com o diretor do órgão, James Comey. Segundo ele, as novas criptografias dos sistemas estão impedindo o alcance de investigação da polícia. Uma autoridade chegou a afirmar que as políticas das empresas facilitam a pedofilia.
Em uma coletiva, Comey disse que, com base em mensagens, registros de chamadas e fotos encontradas nos celulares, a polícia é capaz de resolver crimes que ameaçam a vida. Crimes que, segundo ele, incluem assassinato, pornografia infantil e potenciais ataques terroristas.
Comey afirmou que as empresas assumiram estas posições depois do escândalo da NSA e das informações reveladas pelo ex-agente Edward Snowden, desvendando que as companhias eram obrigadas a partilhar com as autoridades norte-americanas informação sobre as comunicações dos seus utilizadores.
O novo iPhone 6 da Apple, lançado em 2014, e uma esperada atualização do sistema Android, do Google, têm criptografias de dados tão sofisticadas que só o usuário pode desbloqueá-lo. Até mesmo policiais com mandados de busca não teriam acesso.
“É totalmente possível permitir a aplicação da lei para fazer o seu trabalho e ao mesmo tempo proteger adequadamente a privacidade pessoal", disse o procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, em um discurso antes da Aliança Global Contra o Abuso Sexual Online de Crianças.
O que causou a polêmica
Mas, o que exatamente está causando toda a ira das autoridades norte-americanas com as últimas atualizações das empresas? No caso da Apple, a criptografia do iOS 8 inviabiliza que os dados do usuário sejam acessados mesmo com mandato judicial, uma vez que apenas o proprietário do aparelho possui a chave (que seria a senha de bloqueio do aparelho).
Já o Google afirmou que a partir da edição “L”, que deve ser lançada em breve, todos os usuários irão possuir a encriptação dos dados, sendo uma função que já vem ativada nas configurações do aparelho.
Buscando suporte na legislação, Comey afirmou que acredita que “nós deveríamos poder obter um mandado de um juiz independente para ter acesso aos dados do smartphone de qualquer um”.
O diretor completou dizendo que não vê qualquer sentido na atitude das empresas: “A noção de que alguém anuncie um ‘armário’ que nunca possa ser aberto, mesmo que envolva um caso de sequestro de uma criança e um mandado judicial, para mim, não faz sentido”.
Comey sugere que tanto Apple quanto Google sejam obrigadas pelo Congresso a criar “portas da frente” para a agência, ou meios de acesso oficiais para que órgãos de segurança do governo voltem a ter acesso aos dados livremente, “sem comprometer a segurança dos mesmos”.