Hackers que criaram o Blackshades foram presos
Os criadores do Blackshades e usuários do programa para hackers foram presos nas últimas semanas. Confira.
Pelo menos 80 hackers foram presos nos últimos dias em ação orquestrada pelas polícias federais de 16 países, incluindo o FBI, dos Estados Unidos. Os alvos das prisões foram hackers que utilizaram o software Blackshades, que é vendido legalmente em muitos países por cerca de US$ 40, para invadir e controlar computadores. O programa serve para acessar um computador remotamente e pode ser útil em algumas situações. Porém, o software estava sendo utilizado para acessar dispositivos sem que seus usuários se dessem conta, ilegalmente, distribuindo vírus.
O blackshades foi vendido a milhares de usuários em mais de 100 países e teria infectado mais de 500 mil computadores, rendendo aos seus desenvolvedores mais de US$ 350 mil, de setembro de 2010 até abril de 2014. As investigações duraram um ano e resultaram no exame de 359 casas e na prisão de diversas pessoas na Holanda (onde um rapaz de 18 anos foi preso por controlar computadores das vítimas para tirar fotos de meninas e mulheres pela webcam – ele teria infectado ao menos 2 mil computadores), Estados Unidos, Chile, Alemanha, Leste Europeu, conhecido como reduto de hackers, entre outros países.
Foram apreendidos durante a investida da polícia: grande quantidade de dinheiro, armas de fogo ilegais, drogas e 1.100 unidades de armazenamento de dados, além de terem sido catalogados 1.900 nomes de domínios na internet usados para controlar os computadores das vítimas.
Entre os presos, cinco réus acusados nos Estados Unidos, entre eles Alex Yucel, um dos criadores do software. A investigação teve ajuda de um dos co-criadores do BlackShades, que após tentar vender uma cópia do malware a um agente disfarçado do FBI, passou a contribuir com os policiais.
A operação foi uma atividade coordenada pela Eurojust, agência de cooperação judicial da União Europeia (UE) e Europol, unidade de crimes cibernéticos da organização policial europeia. As informações são da Reuters.