Quando aceitei o convite de contar a experiência de abertura de uma empresa na China, inicialmente não tinha muita ideia do que exatamente iria compartilhar, já que abrir uma empresa não é exatamente a coisa mais interessante de se relatar. Não me lembro, por exemplo, de ter lido depoimentos de pessoas sobre quão interessante foi abrir uma empresa no Brasil.
Pensei então em explorar os desafios cotidianos para se abrir uma empresa na China. O resultado é que o processo que inicialmente pode parecer algo boring, quando se trata de China passa a ser bem interessante.
O país é sem dúvida um exemplo em muitos sentidos. Particularmente, sou um grande admirador da cultura e, desde que conheci o país em 2013, sempre encontrei inspirações para meu dia a dia profissional nas minhas vindas a Beijing.
Muito do que eu acreditava ser verdade sobre a China, de fato não passava de ideias ocidentais errôneas sobre esse país exótico. Coisas como: tudo na China é barato, tudo que é chinês é xingling e não presta, o povo come cachorro etc… Durante os posts, exporei algumas histórias para ilustrar essas inverdades sobre o gigante asiático.
Bom, falando do meu objetivo profissional: a PSafe Tecnologia – empresa líder em segurança online na América Latina – em busca de expansão decidiu que a China, sim, a China, seria um bom local para abrir um escritório de Pesquisa & Desenvolvimento! Por quê? Vários motivos: a China, diferente do que se acredita, tem um polo tecnológico gigantesco, vide o maior IPO da história: Alibaba.
Assim como a Alibaba, existem outras milhares de startups de tecnologia desenvolvendo produtos para o mercado local, grande o suficiente para viabilizar qualquer modelo de negócio de escala, o que não é novidade pra ninguém.
Uma coisa interessante do cenário de tecnologia chinês é que os produtos durante muito tempo foram desenvolvidos unicamente para o mercado local. Durante os relatos, também compartilharei alguns números surpreendentes desse mercado. Além disso, a PSafe é parceira de uma gigante chinesa que nos possibilitou ter um bom relacionamento local durante esses 4 anos de parceria.
Como nem tudo são flores, os desafios existem aos montes. Apesar de tudo parecer funcionar, e de certa forma funciona mesmo, para estrangeiros que não falam a língua local, coisas simples como conseguir um copo de gelo no verão ou um táxi no inverno gelado se tornam às vezes missões impossíveis.
Além da dificuldade de comunicação, a poluição eu citaria como segundo maior problema por aqui. Para os especialistas em saúde, eu tenho certeza que a qualidade do ar figuraria em primeiríssimo lugar. A qualidade do ar de Beijing é realmente um problema grave, é comum em dias ruins pessoas nas ruas andando de máscaras, dos mais diversos modelos. É comum os medidores de qualidade do ar indicarem níveis que, segundo o próprio órgão fiscalizador, são denominados “hazardous”.
Nesta coluna, você acompanhará o ousado projeto da PSafe do outro lado do mundo, além de muitas curiosidades sobre este país continental, a China!
Sobhan Daliry
Meio paraibano meio iraniano. Fala Persa, Inglês, Português e Espanhol, mas terá que se virar no Mandarin, em Beijing. Diretor de Produto e empreendedor. Foi enviado para o outro lado do mundo com o desafio de montar o primeiro escritório da PSafe outside BraZil. O resultado desta empreitada e o dia a dia do executivo na Ásia, você lê aqui no Blog, todas as segundas e quartas-feiras, às 19h.
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