Tema de debates e discussões a respeito da liberdade e de direitos autorias, a pirataria online existe desde quando a internet começou a se popularizar. De acordo com um relatório da Cisco Systems Visual Networking Index, os downloads de conteúdo ilegal equivalem a cerca de um quarto de todo o tráfego da web. Apenas no segundo trimestre de 2014 mais 10 bilhões de filmes, jogos e programas de TV foram pirateados, aponta a Tru Optik.
Apesar do evidente sucesso, o fim dos criadores dos sites de compartilhamento ilegal quase sempre é o mesmo: a cadeia. O Blog PSafe preparou uma lista com a história de alguns dos principais sites de pirataria do mundo.
Talvez o caso mais emblemático do fim de serviços usados para a pirataria seja o do Megaupload. O site, criado em 2005 pelo excêntrico Kim Dotcom, tinha como principal característica a privacidade de seus usuários. Ao fazer o upload de um arquivo, o usuário recebia um link exclusivo para compartilhar com os amigos, garantindo o anonimato.
Ao permitir o anonimato, toda a culpa de pirataria caiu sobre as costas de Kim Dotcom. Quando a polícia bateu à porta de sua mansão na Nova Zelândia, em 2012, o pequeno império – que ainda incluía um site de stream – estimado em US$ 175 milhões desmoronou.
Dotcom teve o pedido de extradição para os EUA solicitado pelo FBI, mas nunca chegou a pisar em solo americano. Entre as acusações estão violação de direitos autorais e lavagem de dinheiro. O Megaupload foi completamente fechado em todo o mundo em janeiro de 2012.
Mesmo em prisão domiciliar, um ano após o fim do Megaupload, ele lançou outro serviço de compartilhamento de arquivos. O Mega, como é chamado, oferece 50GB de armazenamento e todos os arquivos hospedados são criptografados, permitindo ainda mais segurança para seus usuários.
Outro gigante de conteúdo ilegal na internet é o Pirate Bay. No agregador de torrents é possível baixar de tudo, desde softwares, músicas, filmes a games lançados recentemente. Estima-se que a quantidade de arquivos disponibilizados ultrapasse a casa de um milhão.
Além de serem alvo de diversos processos e ter até mesmo um cofundador preso no início de 2014, o Pirate Bay quase nunca está fora do ar. Isso acontece porque os servidores do site estão em constante mudança, apesar de serem originalmente da Suécia.
O Pirate Bay já foi hospedado no Peru (.pe), Islândia (.is) e Guianas (.gy). Por ser tão difícil de encontrá-los, surgiu um boato – que logo foi desmentido – de que os servidores do site estavam na Coreia do Norte, um dos países mais fechados do mundo.
A história do Pirate Bay se confunde com a defesa da liberdade da informação na internet. Para quem se interessar, vale a pena dar uma olhada no documentário The Pirate Bay Away From Keyboard, que conta as dificuldades enfrentadas pelos criadores para manter o site no ar.
Uma das boas formas que surgiram como alternativa à pirataria de filmes e séries foram os sites de streamming, como Netflix, Hulu e Crackle. Mas, da mesma forma que esses sites surgem, outras formas ilegais também aparecem, como é caso do PopCorn Time.
O grande diferencial do PopCorn Time em relação ao serviços como o Netflix está no acervo. No aplicativo é possível encontrar até mesmo títulos atuais ou que estão no cinema com uma qualidade de imagem surpreendente.
O PopCorn Time funciona como um sistema de torrents, ou seja, na mesma forma que você está assistindo a um filme você também está disponibilizando-o para que outras pessoas vejam. Com isso, os desenvolvedores tentam não serem acusados de pirataria.
O serviço chegou a ser fechado pelos próprios desenvolvedores – que alegavam não terem condições financeiras de travar uma guerra com Hollywood – algumas semanas após ser lançado. Porém, ele foi reaberto com suporte a vários idiomas e aplicativos para iOS e Android.
Outro serviço de streaming pirata, mas que o donos não tiveram tanta sorte quanto os do Popcorn Time foi o NinjaVideo. Lançado na mesma época de criação do Netflix, o NinjaVideo funcionava como uma comunidade online de compartilhamento de filmes, séries e documentários.
Apesar do pouco tempo de duração, de 2008 a 2011, o site chegou a lucrar mais de US$ 500 mil. Um de seus fundadores, Justin A. Dedemeko, foi condenado a cinco anos de prisão e a pagar uma multa de mais de US$ 20 mil. Hana Beshara, conhecida como Phara, recebeu uma pena de 22 meses de reclusão e multa de US$ 200 mil por violação de direitos autorais.
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